terça-feira, 4 de junho de 2013

CPI presidida por Jordy vai ajudar na prevenção da exploração sexual de travestis

 
Da Agência Câmara
  
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Pessoas, deputado Arnaldo Jordy (MD/PA), afirmou, nesta terça-feira (4), que o colegiado deverá ajudar a consolidar programas sociais preventivos para evitar que travestis e transexuais sejam capturados por organizações criminosas para fins de prostituição.
  
A declaração foi dada após audiência fechada da CPI, que ouviu testemunha menor de idade sobre rede de tráfico de jovens do Nordeste e do Norte para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro para serem submetidos à prostituição.
 
Segundo o parlamentar, o depoimento foi rico e detalhado. “As organizações criminosas aliciam, vendendo sonhos, ilusões, fantasias, para muitos jovens que pretendem melhorar de vida, que pretendem ter a sua orientação sexual definida”, explicou. “Os jovens muitas vezes desejam uma transformação corporal e não tem condições de fazê-la e são capturados como presas fáceis das organizações criminosas para exploração sexual, caracterizando o tráfico de pessoas”, acrescentou.
 
Conforme Jordy, a CPI já dispõe de diversas informações sobre a quadrilha. “Ela é extremamente organizada, tem vários tentáculos, envolvendo inclusive clínicas de transformação corporal dos travestis”, afirmou. Além disso, segundo ele, a atuação da quadrilha pode estar sendo facilitada por “alguns setores das autoridades públicas”. Ele informa que já houve duas mortes de supostas vítimas da quadrilha.
 
Políticas públicas
 
A coordenadora de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Simmy Larrat, afirmou que faltam políticas públicas para travestis e transexuais no Brasil. “A CPI poderá, além de combater a prostituição, apontar políticas públicas para que as travestis e as transexuais não dependam apenas da prostituição para sobreviver”, disse.
 
Representantes da Polícia Federal, de polícias civis de alguns estados, do Ministério Público, do Ministério da Justiça também participaram da audiência. “A audiência foi fechada porque a testemunha é menor, já foi resgatada, sofre inclusive ameaças de morte e deve ser protegida”, salientou Arnaldo Jordy.
 
 

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