quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

CPI do Tráfico de Pessoas vai ao Acre investigar denúncia de rede de aliciamento

 
Brasília/DF - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira (5), requerimento para realização de diligência dos parlamentares componentes da comissão no Estado do Acre.
 
Segundo o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), que preside a CPI, uma delegação de deputados acreanos procurou a comissão com farta documentação para denunciar um esquema de exploração e tráfico de crianças e adolescentes para fins de abuso sexual que envolve empresários, dirigentes de órgãos de classe, secretários de Estado, parlamentares e até membros do judiciário daquele Estado, alvos da operação Delivery da Polícia Federal. “A CPI, diante dos fatos apresentados, promoveu esta reunião extraordinária, de modo que as denúncias sejam imediatamente averiguadas”, afirmou o parlamentar paraense. Ainda de acordo com o deputado, a CPI possui prerrogativas constitucionais que podem agilizam o processo de investigação, muitas vezes proteladas por influência políticas ou econômicas, por exemplo.
  
Na denúncia do promotor Mariano Jeorge de Sousa Melo, titular da 1ª Promotoria de Justiça Cível do Acre, é relatada a formação de quadrilha na fronteira brasileira do Acre com a Bolívia para explorar mulheres e 25 meninas e meninos, com idade entre 14 e 18 anos. A rede de prostituição e de agenciadores era formada por sete pessoas.
 
“Existem indícios de que existiam meninas que eram levadas para fora do país, talvez além da Bolívia, e quem sabe para Europa e EUA. Mas tudo isso precisa ser investigado”, afirmou o delegado Nílton Cesar Boscaro, responsável pela operação policial.
   
O tráfico de pessoas atinge cerca de 4 milhões de pessoas em todo planeta, principalmente comercializadas para o mercado de prostituição e pedofilia, com ramificações ainda para o tráfico de órgãos, de pessoas para o trabalho escravo. Um relatório preliminar divulgado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) mostra que entre 2005 e 2011 houve registro de 475 casos de tráfico de pessoas no Brasil. Desse total, 337 sofreram exploração sexual e 135 foram submetidas a trabalho escravo.
   
A diligência no Acre será realizada nos próximos dias, em data a ser informada pela secretaria da Comissão de Inquérito.
 
  
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
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