terça-feira, 10 de maio de 2016

Jordy diz que decisão de presidente interino da Câmara é péssima para imagem do país

    
A intempestiva decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP), de anular a votação da admissibilidade do impeachment na Casa foi algo muito ruim para imagem do país. A avaliação é do vice-líder do PPS, deputado Arnaldo Jordy (PA).
  
Para o deputado do PPS, apesar de Maranhão recuar, horas depois, e revogar a própria medida que causou embaraço no país inteiro e repercutiu nos principais dos jornais do mundo, o presidente em exercício tem que ser responsabilizado pelos seus graves atos.
  
“A decisão do presidente da Câmara foi péssima para a imagem do Brasil, inclusive no cenário internacional. Ele causou uma insegurança jurídica que é muito ruim para um país que tem instituições sólidas e em pleno funcionamento. Não pode o presidente de uma Casa Legislativa anular uma votação que obedeceu todo o trâmite legislativo só porque não concorda com os efeitos dela”, disse Arnaldo Jordy.
  
Partidos de oposição decidiram ainda na segunda-feira entrar com representação no Conselho de Ética pedindo a abertura de processo de cassação contra Maranhão. O partido dele, o PP, também estuda expulsar o deputado dos quadros da legenda.
  
O vice-líder afirmou que é provável que o presidente interino da Câmara tenha articulado a medida com lideranças políticas que ainda apoiam Dilma Rousseff. Waldir Maranhão votou contra o impeachment da presidente e, segundo os jornais, teve encontros no último fim-de-semana com o ministro José Eduardo Cardozo e com o governador maranhense, Flávio Dino (PCdoB).
  
“O presidente da Mesa Diretora lançou o artefato, mas não foi engenharia dele”, resumiu o deputado do PPS.
  
Ficha Suja
  
Waldir Maranhão é alvo de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. O parlamentar foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como um dos deputados do PP beneficiados por propinas de contratos da Petrobras.
  
O nome do presidente em exercício da Câmara é mencionado também em inquéritos que apuram crime de lavagem de dinheiro no esquema investigado pela Operação Miqueias da Policia Federal, que trata de desvio de recursos de fundos de pensão e lavagem de dinheiro.
 
 
Foto: Robson Gonçalves
 
 

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