quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Jordy vê tráfico de influência em contratação, pela Odebrecht, de empresa de parente de Lula

      
  
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES tomou na manhã desta quinta-feira (15), depoimento de Taiguara Rodrigues dos Santos, proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil. Os deputados Arnaldo Jordy (PPS/PA) e João Gualberto (PSDB/BA), que pediram a convocação de Rodrigues, explicam que a Exergia Brasil foi contratada pela Odebrecht para obras na construção da hidrelétrica de Cambambe, em Angola — que recebeu financiamento do BNDES de 500 milhões de dólares. Conhecido como sobrinho de Lula, porque seu pai é irmão da primeira mulher do ex-presidente, Taiguara admitiu manter contato com Lula e confirmou ser amigo do filho Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. 
  
Segundo o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), existe uma forte suspeita na contratação da Exergia Brasil pela multinacional Odebrecht. “Estamos assistindo aqui a um festival de deboches do depoente, de deboches de uma empresa que não tem capital, que não tem carteira, que não tem experiência no mercado, que não tem conhecimento e de repente consegue contratos com a empreiteira”. Na avaliação do parlamentar, a Exergia foi contratada pela Odebrecht, que recebeu financiamento do BNDES, justamente para “abrir portas”. Jordy acrescentou que o Ministério Público e a Polícia Federal também estão investigando Taiguara por suspeita de tráfico de influência a partir do BNDES. 
    
Jordy questionou ainda se o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva ou seu filho Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, ajudaram Taiguara a conseguir contratos em Angola. “Influência zero do ex-presidente Lula e do Fábio”, respondeu o depoente. Ele atribui o contrato firmado com a Odebrecht em 2012, para a obras de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola, ao “acervo de obras” da Exergia S.A, que existia antes da formação da Exergia Brasil, em 2009, e que já teria inclusive prestado outros serviços à Odebrecht. 
   
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP) afirmou que a questão central não é se o depoente teria relação com alguém do BNDES, mas se Taiguara recebeu propina, para ser direcionada ao ex-presidente Lula ou para o PT. Ele questionou se todos os trabalhos para as quais a Exergia Brasil foi contatada foram efetivamente prestados em Angola. Taiguara respondeu que sim. 
   
Taiguara Rodrigues aceitou a quebra de sigilo fiscal, telefônico e bancário de sua empresa. A quebra foi solicitada pelo deputado Betinho Gomes (PSDB/PE). 
  
Prisão
   
Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira do país, que leva o nome da família, ocupa uma das celas do Complexo Médico-Penal do Paraná, que fica em Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba. Ele foi preso em 19 de junho último, junto com outros dez executivos da Odebrecht e da construtora Andrade Gutierrez, na 14ª fase da operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro da Petrobrás.
  
    
Com informações da Agência Câmara 
  
  

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