sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Jordy cobra providências para moradores atingidos por tragédia ambiental em Barcarena

   
  
A situação dos moradores do distrito de Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, após o desastre ambiental causado pelo naufrágio do navio Haydar, com 5 mil bois, no porto local, foi discutida nesta sexta-feira, 16, pela manhã, em concorrida audiência no salão paroquial da Igreja de São João, naquele distrito, por proposição do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA), na condição de membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Maus Tratos a Animais, junto com audiência da Comissão o de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, que para tratar dos constantes vazamentos por empresas instaladas no polo industrial de Barcarena. Mais de 700 pessoas participaram da audiência, a imensa maioria de moradores de Vila do Conde, indignados com as condições de sobrevivência da população, após o desastre ambiental.
  
As maiores reclamações são relacionadas à falta de providências das autoridades, pois, dez dias após o acidente, ainda faltam água mineral e alimentos para os prejudicados, que estão impedidos de trabalhar pelo acidente. O Haydar levou para o fundo do rio Pará mais de 700 mil litros de óleo combustível, parte do qual já vazou para os cursos d'água até de municípios próximos, prejudicando a pesca. As praias do município de Barcarena, conhecidas pela beleza natural, estão impróprias para o banho, atrapalhando as atividades relacionadas ao turismo.
   
A professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Simone de Fátima Pinheiro Pereira, do Laboratório de Química Analítica Ambiental, expôs brevemente estudos realizados nos últimos sete anos, por ela e por estudantes sob a sua orientação, sobre as sucessivas contaminações por produtos químicos a partir do porto de Vila do Conde, e afirmou que até mesmo a captação de água para o abastecimento da Região Metropolitana de Belém pode ser prejudicada por contaminações. Os efeitos do naufrágio, de acordo com ela, vem sendo sentidos nas ilhas próximas, como Cotijuba, Ilha das Onças e outras.

A ausência de representantes da Companhia Docas do Pará (CDP) e da empresa Minerva, proprietária dos animais que seriam transportados, foi alvo de críticas dos participantes da audiência púbica. A população de Vila do Conde reivindica a responsabilização criminal dos culpados pela tragédia, e a indenização financeira dos que ficaram prejudicados economicamente, seja pela tragédia atual, seja pelos outros 18 desastres ambientais que atingiram a população no entorno do porto de Vila do Conde, pelas empresas instaladas no distrito industrial de Barcarena.
  
Após a audiência, os deputados integrantes da Comissão do Meio Ambiente e da CPI dos Maus Tratos a Animais foram visitar o local do acidente, o pier do porto de Vila do Conde. Jordy conversou com sindicalistas que representam trabalhadores do porto, que relataram as condições precárias em que é feito o embarque de animais em Barcarena. Eles também revelaram que o navio Haydar é um antigo graneleiro, adaptado para o transporte da carga viva, porém, sem as adequadas condições de segurança. Inclusive, a viagem que começaria no dia 6 de outubro, com partida de Vila do Conde, e destino na Venezuela, seria a primeira da embarcação, recém adaptada para levar gado para o exterior.
  
"Foi a maior tragédia envolvendo animais que já vimos no Brasil", disse Jordy, que citou em entrevista também o risco de vazamento de 735 mil litros de óleo, para exemplificar o risco que corre a população de Barcarena. "Infelizmente até agora quase nada foi feito pelas autoridades, a CDP, junto com a prefeitura, conseguiu água mineral e algumas cestas básicas para parte da população, o navio ainda está aqui emborcado, não há previsão de ser removido, ainda há 4 mil e 600 bois lá dentro", disse Jordy, durante visita ao local da tragédia, com representante da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade e da CPI dos Maus Tratos a Animais. Jordy defende que as famílias sejam indenizadas por mais esse prejuízo ambiental no município.
  
A audiência desta sexta foi inicialmente solicitada pelo deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol/PA), para discutir a situação ambiental de Barcarena, há cerca de quatro meses. Quando houve o naufrágio, com a morte dos bois, Jordy, pela CPI dos Maus Tratos a Animais, incluiu no mesmo evento audiência da CPI dos Maus a Animais, por causa do acidente que matou 5 mil bois.
  
Por isso, vieram a Barcarena para a audiência o presidente da CPI, deputado federal Ricardo Izar (PSB/SP), e a deputada federal Raquel Alves (PSC/MG), que integra a CPI. Também participaram da audiência o senador Paulo Rocha (PT/PA), o prefeito Antônio Carlos Vilaça, o iretor de Relações Institucionals da Bumge,Níveo Maluf; Petrolino Alves, do Fórum Intersetorial de Barcarena; Marcos Lemos, delegado da Divisão Especializada em Meio Ambiente; Alex Lacerda de Souza, superintendente do Ibama; Simone de Fátima Pinheiro Pereira, da UFPA; José Carlos Lima, representando a OAB; a vereadora de Belém Marinor Brito (Psol), ); Jorge Panzera, da SPU; Olinda Cardias, do Fórum de Defesa da Causa Animal; Anginaldo Vieira, da Defensoria Pública; Ronaldo Lima, representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas); Renata Lisboa, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Pará; Juliana Nobre, secretária municipal de Meio Ambiente de Barcarena, o vereador de Barcarena Padre Carlos (PPS) e centenas de pessoas interessadas na situação ambiental de Barcarena.
    



   
Por: Assessoria Parlamentar
  
    

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