terça-feira, 28 de abril de 2015

Para debatedores, Brasil está preparado para combater doping nas olimpíadas

  
  
Brasília/DF - Participantes da audiência pública da Comissão de Esportes afirmaram, nesta terça-feira (28), que o Brasil está preparado para combater os casos de doping nos jogos olímpicos e paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. A audiência foi solicitada pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA),
  
De acordo com o parlamentar, as razões para audiência, onde foram ouvidos especialistas do tema no país, foi a grande incidência dos casos de doping tanto no país, quanto no mundo, a despeito de denúncias, campanhas e flagrantes, inclusive de esportistas de renome, bem como a popularização e a banalização das chamadas "bombas", onde qualquer pessoa, pode adquirir facilmente produtos sem que tenha as informações necessárias, prejudicando muitas vezes, a própria saúde, enquanto uma indústria milionária vê seus lucros aumentarem.
  
De acordo com o coordenador do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Francisco Radler de Aquino Neto, a sofisticação dos fraudadores de sistemas antidopagens exigiu uma evolução tecnológica, que só foi possível com investimentos do governo federal. “O laboratório da UFRJ está recuperando a acreditação diante a Agência Mundial Antidopagem (Wada), para ser um dos 32 laboratórios no mundo para o controle de dopagem”, explicou.
  
Radler informou quem no dia 13 de maio o Wada vai dar o parecer sobre a acreditação do laboratório da UFRJ. “Sei que nossa estrutura está adequada para os jogos olímpicos e espero que isso se estenda a todas as modalidades em todo o País e não só nos grandes eventos”, garantiu.
  
Investimentos
  
O professor afirmou que isso só foi possível devido aos investimentos que permitiram a construção de novas instalações, a contratação de pessoal qualificado e concursado e parcerias com outros laboratórios olímpicos ao redor do mundo, como Londres, Moscou e Sydney. “Todos os laboratórios têm a mesma competência e um sistema padrão, apesar de atletas buscarem novas formas de burlar o sistema. É importante o reconhecimento das práticas de outros países como modelo a seguir e garantir a transferência de know-how”, disse.
   
Ética
     
O secretário Nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) do Ministério do Esporte, Marco Aurélio Klein, disse que o doping está ligado a uma questão ética e à fraude na prática esportiva. Ele explicou que a ABCD regulamenta todas as normas antidopagem e representa o braço da Wada no País.
    
O secretário citou exemplo do caso em que um atleta do botafogo foi suspenso pela Fifa por doping quando atuava na Arábia Saudita no ano passado. “A Fifa reconheceu a extensão da punição em todos os países que fazem parte do Wada”, disse.
   
Plano estratégico
   
Segundo ele, ABCD estabeleceu um plano estratégico para os jogos olímpicos e todos os demais eventos esportivos e modalidades que ocorrem no País. De acordo com Klein, o plano estratégico da ABCD é focado em cinco pontos: informação, educação, prevenção, inteligência e ação. “A informação permite preparar programas e ações de educação para atletas, suas equipes técnicas e famílias, obtendo com isso a prevenção contra a dopagem. A inteligência aponta as ações necessárias ao combate a quaisquer esquemas de dopagem”, disse Klein.
    
Além disso, segundo o secretário da ABCD, o País estabeleceu um objetivo de que não haja nenhum caso de doping entre atletas brasileiros. Klein também defendeu a tipificação do doping como crime. “Na Alemanha, há vários projetos que tipificam o doping como crime por representar fraude no esporte”, citou.
   
Legislação
    
Arnaldo Jordy afirmou que o controle antidoping deve ser fortalecido e disse que espera que esse controle seja recorrente no esporte brasileiro.
  
Jordy exprimiu a sensação de que a situação do doping no esporte no país, tanto profissional quanto amador, ante as informações dos especialistas, é mais grave que o imaginado, em se comparando a outros países. "Temos uma regulação próxima do zero, com o uso do doping sendo uma prática quase que normal e gerando um quadro gravíssimo, em que até o debate inexiste, e para tanto necessitamos de um regramento mínimo no qual as autoridades esportivas se comprometam a cumprir", afirmou o deputado paraense.
        
Segundo o parlamentar, a Câmara pode estabelecer, por exemplo, uma legislação mais rigorosa de combate ao doping e, talvez, seguir o exemplo alemão de discutir a criminalização do doping na prática esportiva.
  
  
Por Luiz Gustavo Xavier  
Com informações da Agência Câmara
    
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
(61) 3215-3506 / 8276-780
   
  

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