terça-feira, 26 de novembro de 2013

Grupo de Trabalho apresenta relatório que mostra descaso na saúde pública

    
  
Do Portal PPS
Por William Passos

   
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados divulgou nesta terça-feira (26) relatório que revela péssimas condições das emergências médicas de unidades de saúde das cinco regiões do país. Coordenado por Arnaldo Jordy (PPS/PA), o levantamento foi realizado entre setembro de 2011 e dezembro de 2012. O documento foi distribuído durante seminário ocorrido no auditório Nereu Ramos.
   
As avaliações são baseadas em visitas feitas pelos próprios parlamentares federais. As diligências foram realizadas em hospitais do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pará, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo.
 
Durante as incursões, o grupo de trabalho da Câmara encontrou as seguintes situações nas unidades de saúde: pacientes dormindo em colchões colocados nos corredores, equipe de apenas três enfermeiros cuidando de 40 internados, recusa de atendimento a acidentados por falta de pessoal e muita falta de higiene.
   
As visitas foram feitas sem que houvesse qualquer aviso prévio aos hospitais para evitar qualquer “maquiagem” para alterar momentaneamente a situação real do atendimento aos pacientes.
  
O relatório concluiu que o quadro observado pelos parlamentares “é inaceitável, complexo e resultado da falta de atuação governamental adequada por longo período de tempo, praticamente desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
 
Para Arnaldo Jordy, este descaso está ligado à baixa execução orçamentária federal. Nos últimos 10 anos, o valor efetivamente executado para investimentos na saúde ficou aquém daquilo que foi autorizado pelo Congresso Nacional. Em 2012, por exemplo, o governo federal pagou pouco mais de 10% do total de recursos que tinha no Orçamento Geral da União para este fim.
   
“Isto é um estelionato. É a subversão da lógica do investimento público. Este Congresso, a partir deste levantamento, precisa tomar todas as medidas para responsabilizar seja administrativamente ou até criminalmente aqueles responsáveis por ato tão doloso”, afirmou o deputado do PPS.
  
O relatório coordenado por Jordy contou ainda com o apoio do Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e de conselhos e sindicatos de profissionais de saúde.
  
    

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