sexta-feira, 19 de abril de 2013

Jordy diz que situação de ONG se agrava após depoimento de Audelino

       
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara que investiga o tráfico de pessoas, deputado Arnaldo Jordy (MD/PA), disse na tarde desta quinta-feira (18) não ter dúvidas sobre a existência de uma rede criminosa que ganha bastante dinheiro na intermediação de adoções de crianças no Brasil. E que as suspeitas sobre a ONG Limiar Brasil aumentaram após o depoimento de um dos seus representantes. A ONG, que atua em quatro estados brasileiros, é investigada pela Polícia Federal por supostamente intermediar o envio de menores do interior do Paraná para os Estados Unidos.
  
Em entrevista aos jornalistas e após a oitiva de Audelino de Souza, o presidente da CPI concluiu que as contradições ficaram evidentes. Também anunciou que a comissão cruzará a fala de Audelino com a de Ulisses da Costa - presidente da Limiar Brasil - que esteve em Brasília há uma semana. A CPI tentará fechar o cerco a um esquema que, na opinião de Jordy, não tem nada de caridade.
  
“Poderíamos indicar a Limiar para o Prêmio Nobel da Paz, já que ela faz um trabalho social de altíssima relevância para as crianças carentes”, ironizou o parlamentar.
  
Entre as contradições registradas pelos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito está o fato de a co-irmã da Limiar, sediada nos Estados Unidos ter repassado “doações” em dinheiro para a "filial brasileira". O presidente da ONG no Brasil negou vínculo jurídico entre as duas instituições, quando esteve em Brasília, e disse que a única fonte de renda da instituição era proveniente da prefeitura de São Paulo.
      
Foi lida ainda pelo depoimento carta que teria sido enviada pelo responsável da Limiar americana indicando forte relação com a “filial” no Brasil. E que o trabalho da ONG é de cunho social. “Esta carta me parece um jogo combinado para aqui parecer um conto de fadas. Não estamos aqui brincando, senhor Lino”, reagiu Jordy ainda durante a fala do depoente.
   
Imóvel em balneário
   
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito também questionou Audelino sobre o patrimônio dele. O homem, que declarou ganhos na faixa dos R$ 3 mil, disse ter um imóvel em Curitiba e outro em Balneário Camboriu, no litoral catarinense. Lino, como é conhecido, alegou ainda não ter recebido taxas por adoções intermediadas no território nacional.
 
 

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