terça-feira, 19 de março de 2013

Responsável por site nega ilegalidade em depoimento à CPI do Tráfico de Pessoas

 
Da Rádio Câmara
Por Luiz Cláudio Canuto
   
Brasília/DF - A CPI Tráfico de Pessoas ouviu nesta terça-feira o responsável pela página de Internet "Garota Copa Pantanal 2014", Reinaldo Luís Akerley. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Mato Grosso por divulgar fotos de menores em trajes de banho e posições sensuais. A página foi desativada.
 
Reinaldo afirmou que os vídeos colocados na Internet não foram produzidos por ele, e algumas fotos foram tiradas pelas próprias participantes e divulgadas em redes sociais. Segundo ele, o Garota Copa Pantanal não era um concurso. Servia apenas para divulgar, por meio da camiseta, a beleza da mulher pantaneira. Ele é agente penitenciário em Mato Grosso e recebe salário de R$ 2.500 por mês e é com esse salário que custeia seus projetos, que já incluiu outros eventos anuais, como o Garota Panettone e o Festival de Sorvete, com apresentações de capoeira, dança e desfile. Reinaldo não tem CNPJ e afirma usar o próprio CPF nos contratos que realiza sem fins lucrativos. Aos deputados da CPI, ele afirmou que, para participar da sessão de fotos, era obrigatória a formação de modelo e, no caso de menores, a autorização dos pais.
 
"As garotas que estão no site, elas tinham autorização dos pais para divulgar o meu projeto. Contrata uma modelo fotográfico: 'olha, nós vamos triar uma foto, podemos colocar no site?". No caso, se a garota que quisesse participar, aí sim, né? Aí tinha que ser registrada em cartório autorizando para essa imagem ser... Essa imagem vai divulgar a imagem dela no site. Se ela apresentar a autorização em cartório, a gente vai divulgar. Isso que aconteceu."
 
Reinaldo entregou à CPI documentos que comprovam essas autorizações. O presidente da CPI, Arnaldo Jordy, do PPS do Pará, não se convenceu. Ele acha que várias perguntas não foram respondidas por Reinaldo.
 
"Por exemplo, com que objetivo ele fazia essas atividades? Ele não consegue responder. Não era para fim social. Era apenas uma atividade que ele fazia, ele gostava de promover, fazer confraternização das pessoas. E se a gente comparar o depoimento dele com as fotos que tem no site, porque são fotos extremamente sensuais, com mulheres em poses que provavelmente são para começar uma carreira de modelo ou outro tipo de atividade para essas meninas, nós saímos com mais suspeita do que quando entramos aqui."
 
Reinaldo Akerley colocou seu sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição na CPI. A CPI estará nesta semana em São Paulo para ouvir oito mulheres traficadas e os donos da boate onde elas trabalhavam. Também serão ouvidas duas agenciadoras que trabalham no mercado de travestis, além de representantes da Portuguesa Santista, que foi condenada por tráfico de seres humanos. Também haverá uma audiência pública sobre denúncias de tráfico de pessoas. Na semana que vem a CPI vai ouvir o representante da construtora da usina de Belo Monte sobre a boate com prostitutas que funcionava dentro do canteiro de obras.
  
 

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