quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Após ouvir Carmen Topschall, CPI do Tráfico de Pessoas propõe acareação

 
Do Portal PPS
Por William Passos

 
Salvador - Integrantes da CPI da Câmara que investiga o Tráfico de Pessoas decidiram que vão propor a acareação entre a empresária Carmen Topschall e as demais pessoas que foram vítimas ou citadas no caso das adoções ilegais ocorrido no município baiano de Monte Santo.
 
Essa foi a forma que os parlamentares encontraram de buscar definitivamente respostas sobre a participação de Topschall no episódio. Ela é investigada pela intermediação da transferência de crianças baianas para adoção por famílias do interior de São Paulo.
 
Carmen foi ouvida nesta quinta-feira em Salvador por integrantes da CPI e negou ter recebido qualquer favor ou contribuição financeira pela sua participação nos processos de adoção. Afirmou que sua intenção era apenas de colaborar. Também confirmou que tentou se enveredar pela área do empreendedorismo, mas que os negócios não deslancharam. Entre as atividades comerciais que se aventurou estão uma fábrica de processo de tripa bovina, uma loja de aluguel de roupas para festas e uma importadora.
 
A depoente insistiu várias vezes, na tentativa de sensibilizar os parlamentares, que ajudava as crianças a terem um futuro melhor e fez um retrato da miséria em que viviam as famílias de Monte Santo. A estratégia irritou o presidente da Comissão, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). “Não tente me sensibilizar com o problema da miséria neste país até porque tenho 30 anos de vida pública e conheço a realidade do Brasil. E se miséria fosse justificativa para se adotar de forma irregular crianças vulneráveis, metade das crianças deste país já teria sido doada”, reagiu o parlamentar.
 
Carmen também reclamou da imprensa e sugeriu que a CPI estava contribuindo com o agravamento do seu suposto sofrimento por conta das denúncias que a envolvem. Na sequência, Jordy fez questão de esclarecer qual o papel da comissão.
 
“Estamos aqui no estrito cumprimento e somos pagos e muito bem pagos para, com todo rigor, cumprir com nossa missão. Nós não denunciamos a senhora, não temos nada pessoal contra a senhora. Quem vai lhe julgar é o poder judiciário. Mas a CPI tem que atuar com transparência. As audiências, as oitivas são públicas aqui ou em Brasília. Não concorremos para agravar sua situação”, disse.
 
Foi a primeira vez que a empresária falou a CPI, já que em outras duas oportunidades não prestou o devido depoimento aos parlamentares. Além de admitir que fez contatos entre pais biológicos de Monte Santo e famílias interessadas em adotar as crianças, Carmen reafirmou que tem três filhos adotivos.
 
Para Arnaldo Jordy, a acareação entre todos os personagens deste episódio poderá dirimir boa parte das dúvidas que ainda pairam sobre o caso. Nesta sexta-feira, a comitiva da CPI segue para Monte Santo onde vão ouvir os pais das crianças, cuja guarda provisória foi concedida a famílias paulistas. A decisão foi revogada esta semana pelo Judiciário baiano.
 
 

Nenhum comentário: