terça-feira, 26 de junho de 2012

Em CPI, religiosa lista rotas usadas para tráfico de pessoas no Pará

 
     
A coordenadora da Comissão Justiça e Paz (CJP) do Regional Norte 2 (Amapá e Pará) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irmã Henriqueta Cavalcante, relatou nesta terça-feira casos de tráfico de adolescentes e jovens do Pará e Amapá para exploração sexual. Os principais destinos, segundo a religiosa, são as capitais do Suriname, Paramaribo, e da Guiana Francesa, Caiena.
 
“Existe uma interligação muito forte entre exploração sexual, tráfico de pessoas, tráfico de drogas e trabalho escravo”, disse irmã Henriqueta, que vive sob escolta policial por estar ameaçada de morte. De acordo com a religiosa, a falta de políticas públicas, de alternativas de trabalho e a desigualdade social fazem com que as pessoas se submetam ao trabalho escravo pela promessa de uma vida melhor.
 
Outra rota do tráfico de pessoas denunciada pela irmã Henriqueta é a região da ilha de Marajó, no Pará, onde as meninas são aliciadas para serem exploradas sexualmente em balsas. “O tráfico acontece ao nosso lado e não sabemos identificar.” Segundo ela, existe uma tolerância da sociedade civil, que contempla essa realidade e não a caracteriza como tráfico.
 
Em seguida, a religiosa continuou seu depoimento a portas fechadas para detalhar a rede de tráfico de pessoas no Pará. Irmã Henriqueta participou de audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas no Brasil sobre tráfico de pessoas para trabalhem em condições análogas às de escravo.
  
O deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), que preside a CPI e foi o autor do requerimento, afirmou que “apesar de jurada de morte, a Irmã Henriqueta é uma antiga aliada no combate à pedofilia e seu depoimento irá contribuir de forma significativa com os trabalhos de investigação da Câmara”.
  
A CPI instalada em março na Câmara dos Deputados, tem como objetivo conscientizar, debater e propor formas de combate até mesmo novas Leis para a interrupção deste crime. Segundo acordo com dados já levantados, o tráfico mundial de pessoas vitima anualmente cerca de 4 milhões de pessoas, rendendo em torno de 32 bilhões de dólares para as quadrilhas. Só no Brasil forma identificadas mais de 200 rotas do tráfico.
  
Com informações da Agência Câmara
 
   
Assessoria de Comunicação
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